Há palavras que se escrevem à beira do silêncio, e há verdades que só podem ser ditas com o coração voltado para o alto. A esperança é uma delas. Não a esperança fácil das previsões humanas, mas a esperança que nasce no fundo da noite, onde o olhar já não vê e o coração aprende a confiar.
Este díptico nasce dessa escuta. Duas meditações à sombra de São João da Cruz — poeta, doutor, peregrino da noite — que nos ensina que a esperança não se opõe à escuridão: vive dentro dela. Como o voo solitário de uma alma que canta no alto, mesmo sem ser vista.
No primeiro texto, seguimos o itinerário da alma que, despojada de tudo, aprende a esperar em Deus, mesmo sem sinais, mesmo sem luz — aunque es de noche. No segundo, entramos na memória ferida, onde a esperança se torna cura e comunhão, e onde cada lembrança, tocada por Deus, pode transformar-se em aurora.
Que este caminho seja, para quem lê, uma pausa para respirar, um convite à confiança, uma chama acesa no meio do tempo.
1. “Mesmo que seja de noite”: itinerário de esperança segundo São João da Cruz
“A esperança do céu / Tanto alcança quanto espera”
(São João da Cruz, Poema X.4)
“Na esperança fomos salvos. Ora, esperar o que já se vê não é esperança. Quem espera, espera o que ainda não vê.”
(Romanos 8,24)
Vivemos tempos que colocam à prova os alicerces da confiança. No coração de muitas vidas humanas, o presente tornou-se denso, o futuro nebuloso e o passado uma herança ambígua, por vezes carregada de dor. Como falar de esperança sem cair na ingenuidade ou no moralismo? Como invocar a esperança sem ignorar a realidade concreta das noites humanas? É neste terreno frágil e real que a tradição mística de São João da Cruz adquire nova luz. Doutor da Igreja, poeta da ausência e da união, o Doutor Místico foi também mestre da esperança, precisamente porque passou pela noite.
Na sua linguagem lírica e teológica, a esperança não se apresenta como certeza visível nem como promessa exterior. É, antes, um impulso interior, um abandono, uma confiança que brota paradoxalmente no despojamento. Onde termina a posse, começa a esperança. Onde a memória deixa de se alimentar de imagens que se impõem à alma, aí pode nascer a liberdade de esperar.
Num tempo em que a Igreja nos convida a atravessar a porta da esperança com confiança renovada — como o indica o atual Jubileu da Esperança —, a mística joãocruciana revela-se mais atual do que nunca. Neste sentido, o caminho joãocruciano é um autêntico itinerário de esperança, profundamente cristão, porque enraizado no mistério pascal: atravessa a noite, purifica o desejo, abre a alma à comunhão com Deus.
Num tempo em que a Igreja propõe a todos os fiéis um novo olhar sobre a esperança — não como evasão, mas como força transformadora —, o poeta da noite oferece-nos uma gramática espiritual exigente, mas fecunda. Ele convida-nos a acolher a esperança não como resposta imediata, mas como um dom que amadurece no silêncio, na paciência, na entrega. Como um cântico entoado aunque es de noche.
No coração da noite, São João da Cruz torna-se doutor da esperança.
O nosso santo abulense conheceu a noite não apenas como metáfora espiritual, mas como experiência concreta. A sua vida foi tecida de sombras e luzes, fidelidades silenciosas e humilhações profundas. Ainda jovem, perdeu o pai e um irmão; mais tarde, após aderir com ardor à reforma do Carmelo, viu-se rejeitado, perseguido, aprisionado pelos seus próprios irmãos. Foi num cárcere escuro, em Toledo, que compôs os seus poemas mais luminosos — versos nascidos não da posse, mas da falta, não do conforto, mas da carência habitada por Deus.
É por isso que a sua teologia da noite não é evasiva nem pessimista. A noite, para João da Cruz, é o lugar da purificação amorosa, onde a alma se desapega das seguranças, das imagens, das falsas ideias de Deus e de si mesma, e se abre à presença sem forma, ao Deus que se comunica no silêncio. E é precisamente nesse processo de despojamento que a esperança se revela como virtude fundamental.
Ao contrário da expectativa ou do desejo humano instável, a esperança, em São João da Cruz, é virtude teologal: um movimento infundido pela Graça, que se apoia apenas na fidelidade de Deus. Quando todas as outras luzes se apagam, a esperança persiste. Quando a fé se vê despojada de imagens, e a caridade parece desfalecer na ausência de consolo, a esperança mantém-se em pé, como clarão invisível. Ela não se contenta com pouco: deseja o Todo, quer o próprio Deus, e por isso aprende a caminhar sem garantias, sustentada apenas pela promessa.
Nos versos do poema La Fonte, compostos no interior da prisão de Toledo, repete-se como um refrão: “aunque es de noche”. Ainda que tudo pareça obscurecido — a lógica, os sentidos, os sentimentos —, há uma fonte que jorra, e a alma sabe-o. Este saber não é racional, mas místico. É a esperança em estado puro: um saber que não vê, mas espera; uma fidelidade sem garantias; uma sede que não se extingue na ausência, mas que se transforma em canto.
Assim, São João da Cruz torna-se verdadeiro doutor da esperança na noite, não porque nos ofereça respostas fáceis, mas porque nos ensina a habitar o mistério. A sua palavra é um bálsamo para quem atravessa desertos interiores ou provações históricas. É também uma convocação: não fugir da noite, mas deixar que nela nasça a esperança.
E é nesse lugar interior — a memória — que a esperança começa a nascer.
“Para que a esperança seja toda de Deus, nada haja na memória que não seja Deus.” (Subida do Monte Carmelo, 3,11,1)
O pensamento de São João da Cruz sobre a memória está no coração da sua doutrina da esperança. Para ele, a memória não é apenas o lugar onde se guardam lembranças, mas uma faculdade espiritual profunda, uma potência da alma que, não sendo purificada, se transforma facilmente em obstáculo à união com Deus. A memória, povoada de imagens, expectativas, medos e feridas, pode impedir a alma de viver no presente de Deus. Por isso, há que esvaziá-la.
No entanto, este esvaziamento não é repressão nem negação da história. Pelo contrário, é um processo de cura e libertação. A memória, tal como a entende João da Cruz, deve passar de uma memória possessiva, presa ao passado, a uma memória de Deus — um espaço interior liberto das formas e imagens, pronto para receber o dom divino. A esperança só nasce verdadeiramente quando a memória deixa de se alimentar de feridas não curadas e se torna espaço de escuta e acolhimento da promessa.
Na linguagem de João, trata-se de passar do “arquivo” à “suspensão”, do “ruído” ao “silêncio”, da “aflição” à “paz”. A esperança não é possível sem este processo de purificação. Ela exige que a alma deixe de prender-se àquilo que perdeu, àquilo que teme, ou àquilo que idealizou, para poder abrir-se ao que Deus quer dar. Esperar é, neste sentido, deixar-se lembrar por Deus. É entregar-Lhe a memória, para que Ele a transforme — não apagando o passado, mas transfigurando-o com a luz da Ressurreição.
Esta esperança silenciosa pode ser aprendida no confessionário, alimentada na oração, sustentada na Eucaristia e partilhada em cada visita a um doente, em cada escuta sem pressa, em cada gesto escondido que comunica a ternura de Deus.
Mas a esperança verdadeira não se fecha em si mesma. Ela torna-se profecia.
“A alma que verdadeiramente espera em Deus, não se inquieta nem se agita, ainda que as coisas todas se venham abaixo.” (Subida do Monte Carmelo, 3,6,3)
A esperança, em São João da Cruz, não é passividade. Também não é resistência tensa nem expectativa ansiosa. É abandono confiante e, simultaneamente, disponibilidade radical. Por isso, quem verdadeiramente espera, transforma-se. E, ao transformar-se, torna-se presença transformadora no mundo. Esta é a grande lição do caminho místico joãocruciano: a esperança purifica-se na noite, mas não termina nela. Conduz ao amor, à liberdade interior e à fecundidade espiritual. Torna-se profecia encarnada.
Depois de purificada pela noite e consolidada na memória libertada, a esperança faz do místico um testemunho profético. Ele não fala apenas de Deus, mas a partir de Deus. A esperança nele já não é um tema, mas uma forma de Presença. Por isso, o místico é luz em tempos de escuridão, mesmo sem o querer. É silêncio que acolhe, escuta que cura, atenção que gera reconciliação. A sua esperança contagia.
Em São João da Cruz, a esperança amadurecida não permanece encerrada na alma. Silenciosa e purificada, torna-se Presença que sustenta, escuta que reconcilia, luz discreta no meio da noite. A vida daquele que passou pela noite e aprendeu a esperar torna-se, por isso mesmo, sinal de um futuro que já começou. Não são os que falam mais, mas os que esperam com mais profundidade, os que se tornam presença pascal no coração do mundo.
É a esse canto silencioso que João da Cruz alude quando compara a alma unida a Deus ao pássaro solitário: pousado em altura, de olhar fixo e voo sereno, canta baixinho no escuro, sustentado apenas pela Presença que não se vê, mas que o transforma por dentro. A sua esperança não precisa de prova: basta-lhe a fidelidade.
É assim que a esperança se revela como vocação e missão.
A esperança joãocruciana não é simples atitude espiritual nem mera disposição interior. É um caminho. Um caminho que passa pela noite escura, atravessa a memória ferida, purifica o desejo e culmina na união com Deus. Mas essa união não encerra a alma em si mesma. Pelo contrário, liberta-a para amar, escutar, cuidar, servir. A esperança, depois de ter sido purificada pela Cruz e alimentada na contemplação, torna-se missão.
O caminho espiritual descrito por ele não é privilégio de alguns. É uma vocação universal, ainda que se manifeste em formas diversas. Todos somos chamados a deixar que Deus purifique a nossa memória, esvazie as imagens que nos aprisionam, transforme os nossos lamentos em cânticos — ainda que seja de noite. Somos chamados a deixar-nos atrair pela Fonte, mesmo quando oculta, e a repetir com João: “aunque es de noche”. E mais ainda: a cantar, um dia, com ele: “porque es de noche” — porque a noite já não nos assusta, pois sabemos que nela habita o Deus que vem.
“¡Oh llama de amor viva,
que tiernamente hieres
de mi alma en el más profundo centro!”
(Chama Viva de Amor, estrofe 1)
Neste centro da alma, tocado por Deus, brota a esperança que não engana. E quem se deixa tocar por esta esperança torna-se centelha viva no mundo: discreta, silenciosa, mas luminosa. Uma chama acesa no meio da noite.
2. “Recuérdanos tú, Señor”: cura da memória e profecia de esperança
“Se recordares, Senhor, os pecados, quem poderá subsistir? Mas em Ti está o perdão: para que com reverência Te sirvamos.” (Salmo 129/130, 3–4)
Se o caminho da esperança, como meditámos anteriormente, nasce da noite, ele só se consolida quando a memória é reconciliada e aberta à promessa. O tempo da esperança é também tempo de memória. Mas não qualquer memória. O caminho espiritual da fé não se alimenta da repetição nostálgica nem da amnésia voluntária. Antes, convida a uma transformação da memória — a um processo em que aquilo que pesava se torna leve, e o que era lamento se torna bênção. Neste tempo em que a Igreja proclama um novo Jubileu, sob o sinal da esperança, torna-se urgente redescobrir o poder redentor da memória purificada.
É aqui que a voz de São João da Cruz ressoa com particular força. Para ele, a memória não é apenas uma faculdade psicológica, mas um lugar espiritual, onde Deus pode escrever de novo. O itinerário místico que descreve — exigente e libertador — não ignora a dor da história, mas passa por ela com os olhos fixos no Esposo. E, no mais profundo da noite, murmura: “Recuérdanos tú, Señor” — recorda-nos Tu, Senhor. Porque só quando Deus Se lembra de nós, a nossa própria memória se torna lugar de esperança.
Memória, trauma e esperança: um itinerário espiritual
São João da Cruz compreendeu que a alma humana, marcada por experiências de perda, injustiça, abandono ou fracasso, tende a fixar-se no passado como quem se agarra a uma ferida. A memória torna-se então um lugar de perturbação, e não de paz. A esperança, para ele, só é possível quando a memória é purificada — não apagada, mas transformada. É este o eixo fundamental da sua doutrina na Subida do Monte Carmelo e na Noite Escura: a alma precisa de se desprender das imagens, dos apegos e até das recordações que a aprisionam, para poder ser livre em Deus.
Neste sentido, a esperança nasce do interior de uma memória que foi atravessada pela luz divina. Não se trata de esquecer, mas de deixar que o Espírito Santo ilumine o passado com uma luz nova. A ferida já não desaparece, mas é agora vista como lugar de encontro. Como escreve Iva Beranek, comentando João da Cruz à luz da experiência contemporânea de conflito: “O ensinamento de São João da Cruz de deixar a memória de lado só pode ser seguido depois de termos permitido que as feridas do passado venham à superfície e sejam tratadas com verdade, oração e compaixão.”¹
Assim, o itinerário espiritual é também um processo de cura. O esquecimento espiritual que João propõe não é uma amnésia, mas um abandono teologal, onde a memória deixa de possuir e de ser possuída. A alma já não vive prisioneira do que foi, mas liberta para o que será — e é precisamente aí que a esperança começa a ser possível. É nesta travessia, que vai da lembrança ferida ao esquecimento luminoso, que a oração se torna grito: “Recuérdanos tú, Señor.”
O esquecimento ativo e a memória do Criador
Para João da Cruz, a esperança exige o esvaziamento da memória — não como gesto de negação, mas como purificação ativa. A alma deve libertar-se das formas e representações que guarda, para se abrir ao que ainda não conhece. Isto implica um “esquecimento espiritual”: deixar de recordar segundo a carne, para recordar segundo o Espírito. O passado continua a existir, mas já não domina; tornou-se espaço onde Deus pode entrar.
Este movimento é duplo: há um esquecimento ativo, no qual a alma consente, entrega, renuncia a remexer nas imagens que a perturbam; e há um esquecimento passivo, que é dom de Deus — quando a memória, esvaziada, se torna finalmente habitada pela paz que vem do Alto. Neste ponto, o místico não é apenas alguém que “deixa de recordar”; é alguém que passa a ser recordado por Deus. A memória deixa de ser uma construção humana e torna-se lugar de visitação divina.
Jean-Baptiste Lecuit interpreta este processo à luz da teologia contemporânea: “O ser humano é chamado não apenas a lembrar-se de Deus, mas a deixar-se lembrar por Ele.”² E Iain Matthew completa: “Deus não nos define pelo que fomos, nem pelo que somos, mas pelo que Ele sonha que venhamos a ser.”³ A esperança, nesse contexto, é a coragem humilde de deixar que a nossa identidade seja recriada por esta memória divina. Uma memória que não acusa, mas ama. Que não pesa, mas liberta. Que não condena, mas recria.
Esperança partilhada: do eu ao nós
A esperança, quando verdadeira, não permanece encerrada na interioridade da alma. Ela dilata-se, comunica-se, transborda. Neste sentido, o itinerário de purificação que conduz à união com Deus não termina num êxtase privado, mas gera uma nova forma de presença no mundo. A esperança amadurecida torna-se compaixão. A memória purificada torna-se escuta. E o silêncio habitado torna-se palavra profética.
É aqui que a experiência pessoal se abre ao “nós” comunitário. A esperança já não é apenas algo que sustenta o indivíduo nas suas noites interiores: torna-se fermento que transforma comunidades, bálsamo que reconcilia feridas sociais, fogo que ilumina culturas sem sentido. Como dizia David Stevens, num contexto marcado por conflitos identitários: “Há um poder perigoso na memória quando esta alimenta o ódio e o desejo de vingança. Mas a esperança começa quando somos capazes de escutar a dor do outro com o coração pacificado.”⁴
O Poeta Místico não fala diretamente da reconciliação entre povos, mas ensina o caminho da reconciliação interior. E essa reconciliação pessoal tem consequências comunitárias. A alma que se deixou tocar pela esperança torna-se capaz de gerar paz. O esquecimento espiritual não anula o passado: cria um novo presente. E é neste presente que nasce uma possibilidade de futuro partilhado.
Tal como a Igreja nos convida hoje a fazer memória da Redenção para renovar o mundo com esperança, também João da Cruz nos ensina que a alma pacificada é sempre uma profecia viva. O seu silêncio transforma. O seu perdão contagia. A sua esperança partilhada torna-se anúncio: “há um caminho para além da noite.”
Viver o Jubileu como ressurreição da memória
O tempo jubilar que a Igreja celebra é um convite a olhar a vida com olhos purificados. É um apelo a lembrar de forma nova, a reconciliar-nos com a nossa história, a deixar que o passado — pessoal e coletivo — seja tocado pela misericórdia. O Jubileu da Esperança é, assim, um chamamento à cura da memória.
São João da Cruz ensina-nos que essa cura só é possível quando nos desapegamos das imagens que alimentamos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre Deus. Quando deixamos de nos lembrar segundo as nossas feridas, e passamos a lembrar segundo o Espírito. Quando aceitamos não esquecer à força, mas recordar de forma diferente. Quando ousamos dizer, com humildade e fé: “Recuérdanos tú, Señor.”
É esse o gesto final da alma esperançosa: não se defender do passado, nem tentar controlá-lo, mas entregá-lo. E nesse abandono, descobrir que há um Outro que nos recorda com amor eterno. Um Deus cuja memória nos recria, cuja esperança em nós é maior do que a nossa.
Viver o Jubileu da Esperança à luz de São João da Cruz é permitir que esta verdade se torne carne: que nada nos defina senão o amor com que Deus nos recorda. Que toda a memória seja lugar de reencontro. E que a esperança, no mais íntimo da noite, se torne anúncio de aurora.
3. Quando a alma canta no escuro
Depois da noite, depois da ferida, depois do silêncio — permanece a esperança. Não como resposta, mas como presença. Não como certeza, mas como fidelidade. O caminho feito entre estes dois textos é o de uma alma que se deixa tocar pela luz que não cega, pela palavra que não se impõe, pelo Deus que recorda e transforma.
A noite continua a ser noite, mas já não é vazia. A memória continua a guardar o que doeu, mas já não paralisa. A esperança, amadurecida, transforma-se em compaixão, em escuta, em serviço. E é aí — mesmo que seja de noite — que a alma pode cantar o que João da Cruz viveu: que tudo é nosso, porque Cristo é nosso, e todo para nós.
Como o pássaro solitário — pousado no alto, distante das vozes, alimentado apenas pela Presença — também a alma que atravessou a noite e reconciliou a memória aprende a esperar em silêncio. Já não foge, já não exige: permanece. Canta, mesmo sem eco. Espera, mesmo sem sinais. Porque sabe que é lembrada por Deus.
Que este díptico seja, para quem o leu, não uma resposta, mas uma semente. Uma chama acesa no silêncio. Um fio de luz que aponta, com doçura e firmeza, para o Deus que nos recorda com amor.
Notas bibliográficas
- Iva Beranek, “St. John of the Cross – Hope for the Hopeless Places: Healing of Memories and the Places of Conflict,” Teresianum. Rivista della Pontificia Facoltà Teologica e del Pontificio Istituto di Spiritualità Teresianum 70, n.º 2 (2019): 569–582.
- Jean-Baptiste Lecuit, “Mémoire de Dieu, oubli de tout. La purification de la mémoire par l’espérance à la lumière de la pensée de Jean de la Croix,” comunicação apresentada no Colóquio Jean de la Croix: mémoire, oubli, espérance, Faculté Notre-Dame (Collège des Bernardins, Institut Catholique de Paris), 11–13 de abril de 2024.
- Iain Matthew, The Impact of God: Soundings from St. John of the Cross (London: Hodder & Stoughton, 1995). Tradução da citação: “Deus não nos define pelo que fomos, nem pelo que somos, mas pelo que Ele sonha que venhamos a ser.”
- David Stevens, citado por Iva Beranek, “St. John of the Cross – Hope for the Hopeless Places,” 580.