Tempos de Paz são fundamentais para organizações saudáveis. Já o ODS 16 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) – Paz, justiça e instituições eficazes, nos refere esta questão.
Em 2015, a ONU (Organização das Nações Unidas) publicou os 17 ODS que através das suas 169 metas têm sido implementados no âmbito internacional através de variados projetos e iniciativas, quer por Organizações não governamentais (ONGs), quer por empresas ou outras organizações. Trazem um apelo universal à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir que até 2030 todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade.
Também no mundo da economia estes ODS são fundamentais, pois apelam a organizações mais transparentes e mais sustentáveis. Todos os ODS são importantes e focam aspetos sociais, ambientais ou económicos onde as empresas podem atuar e contribuir para o seu alcance. Atualmente as empresas são motivadas a integrar os ODS no seu relato financeiro e de sustentabilidade, informando os stakeholders de ações, práticas e iniciativas em que a sua atividade contribui para o alcance dos vários ODS. Num estudo recente da PricewaterhouseCoopers (PwC) é referido que 43% das empresas portuguesas analisadas mencionam os ODS nos seus relatos e 26% das empresas portuguesas analisadas identificam os ODS prioritários.
Assim, este ano, decidi propor a uma estudante que, na sua dissertação de mestrado, aborde o tema: O Relato da Informação não financeira e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – Como têm as empresas portuguesas contribuído para um contexto de PAZ? O foco será no ODS 16 que tem por objetivo promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis. Tendo como título: Paz, justiça e instituições eficazes. A paz promove sociedades equilibradas, sendo indispensável para um “bom habitat” das nossas organizações e um crescimento económico responsável. Se chegarmos a resultados interessantes, fica a promessa da sua partilha.
Uma passagem recente pelo Japão despertou em mim uma realidade que ouvi em criança, algo longínquo, mas que no passado recente se tornou frequente nas notícias sobre a guerra na Ucrânia – a utilização de armas nucleares. No parque da Paz, em Hiroshima e em Nagasaki, e na visita aos museus destas cidades, percebi melhor as consequências terríveis que estas duas bombas atómicas, ali lançadas provocaram: muitos rastos de destruição, doença e morte! Li e conheci de perto a história heroica de muitos homens e mulheres e em particular do Padre Pedro Arrupe, que veio a ser Superior Geral da Companhia de Jesus e residia em Hiroshima nessa data. Uma inspiração!
Dali, vem um apelo muito forte para o mundo: NUNCA mais usar bombas nucleares! Senti toda a solidariedade daquele povo sofrido e do seu grito para o mundo. Recordei de forma muito forte o pedido de Nossa Senhora em Fátima, tão urgente, hoje: «Rezai. Rezai muito pelos pecadores que muitas almas vão para o inferno porque não há quem reze por elas». E pediu também que rezássemos pela conversão da Rússia, com o simbolismo que o pedido encerra. Uma amiga do coração, dizia-me: «Nossa Senhora não disse que as almas dos pecadores não iam para céu porque se portaram mal, mas sim porque não há quem reze por elas…». Que belo contexto de compaixão e de misericórdia… coloca em nós uma responsabilidade muito grande, uma forte missão para cada um de nós… Rezar!
Há que ser perseverantes no caminho de conversão e acreditar que iremos alcançar as graças que Deus tem reservadas para o mundo, como nos ensinou a pequena Jacinta: «Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria; que Ihas peçam a Ela» (In Memórias da Ir. Lúcia, p. 130).
Também a segunda Carta de Pedro nos traz tanto para refletir: «esperamos novos céus e uma nova terra onde habita a justiça (…), uma vez que todas as coisas são assim dissolvidas, como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade» (…); e ouso ainda partilhar: «acautelai-vos para que não descaia a vossa firmeza» (2Pe 3, 5-18).
Assim fica, hoje, mais uma vez, o desafio de rezarmos pela PAZ, de rezarmos pela paz no Mundo, pela conversão da Rússia, pela proteção de Portugal!
Os desejos das organizações civis, como a ONU, coincidem com os desejos mais profundos dos crentes, dos que acreditam que a paz e a justiça se constroem não apenas com os esforços humanos, mas também com o levantar as mãos para o Alto e pedir a Deus o dom da Paz com a necessária conversão dos líderes mundiais que mais a ameaçam. O inconformismo diante das guerras e divisões é saudável no coração de todo o ser humano, cultivemo-lo e não baixemos os braços diante da missão que todos temos na construção da paz e da justiça.